CONTINUUM, 2018
Madeira, borracha de silicone e acrílica sobre madeira


Em Continnum, há tanto na forma como no título uma alusão à continuidade, seja ela física, presente, ou que é construída pelo olho de quem observa. A princípio, a caixa se apresenta fechada, com duas ripas similares colocadas sobre o mesmo eixo. Ao ver essa estrutura, o nosso olho tende a completar o que não é primeiramente mostrado: achamos que, dentro da caixa, há uma continuidade linear rígida das duas ripas, como se fossem parte de uma só peça cilíndrica que atravessa a caixa inteira.

Porém, ao se deparar com o outro lado, o que revela o conteúdo da caixa, essa suposição se desfaz: há uma continuidade, porém não da forma como se imaginara. Dentro, o material é mole, mais fino e maior do que as dimensões da caixa. O trabalho se realiza nessa desilusão: o rijo para a ser flácido, a espessura diminui, a continuidade não é como se esperava. O espectador se engana a princípio, mas em seguida o próprio trabalho mostra sua verdade: nem tudo que parece ser é.
Continuum na exposição "Laboratório do Semestre 2018", realizada no Espaço das Artes da ECA/USP entre julho e agosto
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