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Design editorial para Frankenstein

Design editorial para Frankenstein: 
um exercício da materialidade do livro
As potencialidades do design editorial através do fazer manual de livros foram estudadas e exploradas como parte do Trabalho de Conclusão de Curso para a minha formação em Design.

O trabalho prático resultante é uma encadernação manual projetada para abrigar o texto de Frankenstein ou O Prometeu Moderno, obra literária escrita por Mary Shelley. O objeto foi criado de modo a permitir uma futura edição a ser produzida de forma independente, com tiragem baixa e montada artesanalmente.


Transformando o monstro de Frankenstein em livro​​​​​​​
O livro foi concebido de forma semelhante ao monstro de Frankenstein, unindo várias partes (ou corpos) diferentes para dar vida a algo novo. Seus elementos são metáforas com características físicas e de personalidade da criatura cuja história ele se destina a abrigar. Todas as etapas foram feitas manualmente.
Impressões com manchas de tinta acrílica, utilizadas como folhas de guarda.
A história da encadernação tem um aspecto macabro que muito se aproxima de Frankenstein - o uso de pele humana. A chamada bibliopegia antropodérmica parece uma prática inusitada, mas já foi mais ou menos comum, especialmente durante o século XIX, época em que o couro humano foi usado em livros medicinais, romances e cadernos de bolso.
Retalhos de lona secando após lavagem.
A forração das capas foi feita com retalhos de lona costurados à mão irregularmente, com a linha aparente. O material, que originalmente foi usado para cobrir caminhões e depois para forrar poltronas e um sofá, ganha aqui um novo sentido. A associação com o monstro de Frankenstein se faz presente não apenas pela semelhança com a pele humana e a criação através de diversas partes de corpos diferentes, mas também por se atribuir nova forma a algo que já não mais parecia ter futuro.
Estudos de composição com os retalhos para capa.  |  Costura dos retalhos de lona.
Pareceu adequado que a capa representasse a pele pois, tal qual este órgão, é ela que cobre e protege o corpo, além de estabelecer uma interação física do corpo com o mundo exterior. O livro, aqui visto como um lugar tátil, é coberto pelo mesmo órgão que permite aos humanos a experiência do tato.
Forração da capa e contracapa.
Costura do miolo.
Miolo costurado.
União da capa e contracapa ao miolo, última etapa do processo.
​​​​​​​A produção manual de livros compreende um vasto campo de possibilidades para explorar a materialidade, fazendo com que ela, carregada de significados, seja parte da comunicação estabelecida pelo livro, junto ao seu conteúdo textual e imagético. Afinal, a experiência tátil necessariamente faz parte do contato com o objeto livro.


Objeto final
Obrigada!
Design editorial para Frankenstein
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Design editorial para Frankenstein

Design editorial para Frankenstein: um exercício da materialidade do livro. Resumo do Trabalho de Conclusão de Curso em Design Digital - Univer Read More

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