LAURINDA TYPE
Pensar sobre memória nos momentos atuais tem um significado intenso, a importância de viver os momentos e a necessidade de criar memórias também. Memórias tem sido sinônimo de saudades faz um tempo, e me aproveitei desse sentimento ao pensar sobre esse trabalho.
Muito cedo tive um contato com a pessoa que viria ser uma eterna saudade, minha avó. Laurinda, uma senhora de grande coração e que me deixou ensinamentos para toda a vida. Laurinda tinha um cheiro de alfazema, e sempre estava sentada com sua gata ao lado, Princesa. Ela adorava plantas, usava meias o tempo todo, adorava me ver feliz e tinha como hábito sentar na calçada para ver o “movimento” da rua.
Deixou lembranças, fotografias e retalhos costurados. Travesseiros, tapetes e colchas de retalhos, todos costurados a mão e mesmo quando as mãos não tinham tanta precisão ela ainda queria continuar a produzir.
O motivo disso tudo é muito sincero pra mim, se fazer lembrança enquanto viva ainda é algo que acho poético e delicado. Minha mãe também é artesã, e aprendeu muito com ela. Para produzir o trabalho, selecionei alguns retalhos que já possuia em casa e comecei a compor o que poderia ficar mais interessante visualmente. A construção das letras uma estética mais contemporânea, mais divertida e até infantil.
