Em uma breve definição, Não-Lugares são áreas em que os indivíduos se cruzam sem se relacionar ou criar um vínculo com o espaço.
Na maior parte do tempo, essas pessoas estão em constante movimento, o que causa isolamento e dificulta a comunicação e a troca
de experiências interpessoais. Geralmente são guiadas pelo desejo frenético de consumir e/ou de estugar operações da vida cotidiana.
E como consequência disso, a solidão é o sentimento que se sobressai, o que é típico da sociedade contemporânea.
Nessa conjuntura, Brasília é uma cidade planejada e projetada, que apresenta enormes distâncias, com espaços urbanos, edifícios
em grande escala e construções desagregadas, gerando a sensação de formalidade, de frieza e de apatia. Assim, os indivíduos
se tornam pequenos em meio à grandiosidade do projeto urbanístico, que segue uma escala monumental e funcionalista em vista
aérea, pouco estimulante ao observador, ou seja, condições perfeitas que resultam em uma cidade saturada de Não-Lugares.
Nesta sequência, retrato alguns dos muitos Não-Lugares de Brasília e os indivíduos que nela transitam.
E às vezes tentam, de alguma forma, mesmo que involuntariamente, ressignificar essas áreas.
Livro impresso em 2019 - 25 unidades.
